O planejamento escolar é um projeto que serve para nortear e delimitar o que será feito durante o ano, por todos os integrantes da escola: professores, coordenadores e alunos.
Ele segue normas municipais e estaduais, além de diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), elaboradas pelo MEC.
Esse planejamento possui o objetivo de, a longo prazo, melhorar o desempenho dos estudantes, além da qualidade da escola em si. No entanto, isso é feito sem deixar de imprimir a personalidade e os valores da instituição de ensino.
A seguir explicamos passo a passo o que é planejamento escolar e para serve. Prossiga na leitura e confira!
Qual é a função do planejamento escolar?
O planejamento escolar tem a função, basicamente, de nortear o funcionamento da escola durante o ano letivo.
A finalidade de um planejamento escolar é definir o que será ensinado e por quais motivos, seguindo, claro, as normas municipais e estaduais, além das diretrizes da BNCC e o Projeto Político Pedagógico da instituição.
Além disso, a escola tem o livre arbítrio para acrescentar seus próprios projetos e conteúdos.
A maneira como o planejamento escolar coloca em prática as tarefas que cada indivíduo realizará é feita por meio de um plano de ação, que possui funções macro, como a de organizar escola como um todo, à medida que vai se afunilando até chegar à elaboração do conteúdo de cada professor em sua determinada disciplina.
Nesse plano de ação, definem-se questões burocrático-administrativas, como o uso dos espaços em comum da escola (o pátio, a biblioteca, lanchonete, quadra etc.). Além disso, nele consta a elaboração de um calendário geral da escola.
Os itens relacionados a projetos interdisciplinares e questões práticas de conteúdo também são delineadas neste plano de ação, que é elaborado de acordo com o planejamento escolar. O plano de ação é uma espécie de guia para toda a comunidade escolar.
Quais são as características do planejamento escolar?
O planejamento escolar, como já mencionamos, é uma forma de orientar aqueles que fazem parte do ambiente escolar. E para que isso aconteça, ele pode ser de dois tipos: participativo e estratégico.
1. Planejamento escolar participativo
Neste tipo de planejamento, a democracia prevalece. Todos votam e participam, como o próprio nome sugere.
É importante que todos os envolvidos, dentre alunos, professores, pais e a própria comunidade em que a escola está inserida, estejam alinhados quanto ao Projeto Político Pedagógico e a realidade da escola para que possam opinar e formar, em conjunto, um planejamento eficaz e eficiente.
Logo, aqueles que fazem parte da instituição de ensino deverão conhecer com propriedade a realidade interna da escola, ou seja, pontos como:
- infraestrutura;
- qualificação;
- número de funcionários;
- os resultados dos alunos no último Enem e demais vestibulares;
- as dificuldades enfrentadas pela gestão pedagógica.
Além disso, a realidade externa precisa ser considerada quando o planejamento escolar estiver sendo elaborado.
A realidade externa diz respeito, por exemplo, ao:
- relacionamento da escola com os pais e responsáveis pelos alunos;
- relação estreita com a comunidade em que a instituição de ensino está inserida.
2. Planejamento escolar estratégico
Já o planejamento estratégico relaciona-se com a gestão de uma instituição e as decisões ficam, basicamente, na mão de uma única pessoa, geralmente o diretor.
A elaboração deste tipo de plano escolar está mais ligada a dados quantitativos e qualitativos. As diretrizes que norteiam esse plano relacionam-se com mercado, metas, investimento e satisfação de pais e alunos.
Qual plano escolar escolher?
Agora que você já sabe o que é planejamento escolar e para que serve, além de conhecer as duas formas de elaborar esse projeto, fica a dúvida: qual tipo de plano escolher?
Essa decisão deve ser feita levando em consideração cada realidade escolar diferente. O ideal é equilibrar os dois tipos de planos, a fim de valorizar o envolvimento de cada participante da escola.
O mais importante, no entanto, é que o planejamento seja elaborado de maneira organizada e que seja possível segui-lo durante o ano letivo.
Qual é a importância do planejamento para a prática pedagógica?
A importância do planejamento escolar é fazer com que as ideias, sonhos e metas da escola saiam do papel e tornem-se realidade.
Para além de uma ordenação burocrática, que tem a função de direcionar alunos e colaboradores, o planejamento escolar possui uma ligação direta com a missão da escola.
A educação inspira e quem está nesse ramo acredita que ela é a melhor forma de mudar a realidade de cada aluno e a realidade do país.
Por isso, a motivação para ter uma escola é sempre baseada em missões e quais são os cidadãos que queremos criar para o futuro. O planejamento escolar é importante, justamente, para nos fazer pensar sobre essa missão em conjunto e torná-la em realidade.
Além disso, o plano de ação elaborado por meio do planejamento escolar delineia a função de cada funcionário da escola, fazendo com que cada um saiba qual o seu papel dentro da instituição e como contribuir para que o seu ideal seja alcançado.
Então, além de entender o que é planejamento escolar e para que serve, é importante ter em mente a sua importância para a prática pedagógica. Entenda isso mais a fundo a seguir:
1. Possibilidade de revisar e melhorar
Outra função do planejamento escolar é revisar o que já foi feito pela instituição. É possível olhar para o passado e analisar o que foi bom e aquilo que precisa ser melhorado.
Por tudo isso, é muitíssimo importante pensar e construir o planejamento escolar como um projeto fluído e que pode ser mudado, e não como um documento estático e imutável.
O objetivo é que a escola esteja sempre em busca de evolução, aproximando-se cada vez mais de seus objetivos e do que acredita, sem deixar de pensar e levar em consideração as influências externas e a realidade de dentro da escola.
2. Troca de experiências entre docentes e equipe pedagógica
O planejamento escolar também proporciona a troca de experiências entre professores e coordenadores, possibilitando que esses profissionais conversem sobre o que fez sentido para eles e, portanto, deve ser mantido, e o que deve ser alterado.
A equipe pedagógica e a equipe docente têm a possibilidade de se encontrar e perceber como cada parte lidou com desafios em comum e quais foram as soluções encontradas.
Cada um, em sua individualidade, pode ter passado por desafios diferentes, ou mesmo dificuldades em comum, e essa troca de ideias possibilita compartilhar a experiência pessoal, bem como a coletiva.
Contribuindo assim com mudanças e alterações em planejamentos que funcionaram ou não em relação ao previsto no início do ano letivo.
Com essa experiência de troca toda a comunidade escolar ganha, uma vez que aqueles que vivem a realidade escolar partilham soluções que visam melhorar e aprimorar os ideais e a missão da instituição.
3. Definir e aprimorar a relação da escola com a comunidade
Além das relações internas entre professores, coordenadores e alunos, o planejamento escolar objetiva estreitar a relação da escola com a comunidade externa, isto é, pais e a própria sociedade em si.
O conselho de pais terá mais voz e poderá participar ativamente da educação de seus filhos. Além disso, a escola pode pensar sobre seu papel dentro da comunidade em que está inserida e em como melhorar e estreitar essa relação para benefício de todos.
Quais são as etapas do planejamento escolar?
O planejamento escolar busca melhorar, por meio da colaboração entre coordenadores, docentes, alunos, pais e comunidade, o rendimento da instituição de ensino e desempenho dos discentes que frequentam a escola.
Para que isso aconteça é necessário que ele tenha metas palpáveis e não apenas questões idealizadas. É importante criar tarefas que sejam possíveis de serem cumpridas.
Há algumas etapas que precisam ser seguidas para o desenvolvimento de um bom planejamento escolar. Confira a seguir quais são elas.
1. Promova o diálogo entre equipe pedagógica e equipe docente
O primeiro passo para a elaboração de um bom planejamento escolar é incentivar o diálogo entre professores e coordenadores. Afinal, são eles que trarão à tona o que acreditam ser o melhor para o futuro da escola.
É essencial que ambas as partes sejam ouvidas e valorizadas, a fim de que percebam que suas vozes estão sendo ouvidas e que estão contribuindo de maneira relevante para o desenvolvimento do planejamento escolar.
O papel do coordenador, nesse caso, é estabelecer e mediar da melhor maneira o diálogo entre as equipes, que possuem interesses distintos e ao mesmo tempo semelhantes.
O coordenador deve então anotar as demandas de cada parte, com o objetivo de estabelecer um equilíbrio e fazer com que todos sejam atendidos na medida do possível.
2. Compare dados atuais com planejamentos anteriores
Há a necessidade do contraste entre a realidade atual da escola e os dados dos planejamentos anteriores.
Para isso, será necessário um processo objetivo de análise de dados. Aqui entram as questões relacionadas às metas, se foram cumpridas ou não; se existe a necessidade de elaborar e focar em um planejamento escolar mais voltado para o estratégico.
O objetivo dessa comparação de dados atuais e anteriores passa por tentar construir um novo planejamento melhor, além de solucionar problemas e mudar atitudes que não foram boas para a escola.
3. Tire o planejamento do papel
Para que o planejamento escolar elaborado no início do ano seja aplicável, é necessário que as metas propostas sejam alcançáveis e realizáveis. Para tanto, as tarefas deverão ser:
- práticas: é muito importante que as metas estipuladas sejam mais práticas e objetivas e fujam da subjetividade. Isso faz com que elas sejam mais fáceis de ser cumpridas efetivamente;
- possíveis de medir: é necessário buscar tarefas que sejam mensuráveis. Optar por metas que possam ser quantificadas melhora a posterior análise de dados e torna possível, de fato, ver os resultados.
- com datas previstas: datas e prazos são realmente funcionais para que as tarefas se realizem.
Um exemplo de tarefa objetiva, mensurável e com data prevista poderia ser relacionada à melhora dos alunos na redação Enem, ou mesmo uma meta relacionada à melhora da média geral da escola no Enem.
É interessante desdobrar as metas em tarefas menores ao longo do ano, com uma duração menor, como, por exemplo, simulados que busquem avaliar como os alunos estão em relação ao Enem.
4. Revise o planejamento ao longo do ano e, se necessário, faça alterações
Para o bom funcionamento de um planejamento escolar, é necessário que ele não seja estático, como já mencionado anteriormente.
Ao longo do ano letivo é importante realizar reuniões com discentes e pedagogos para avaliar o que tem dado certo e o que precisa ser mudado antes que o ano acabe.
Por isso, é muito importante que o planejamento seja mais fluído e que possa sofrer mudanças que o farão melhor, objetivando o cumprimento das tarefas propostas.
5. Atente-se às opiniões de cada indivíduo ao planejamento
Para que o planejamento escolar funcione bem, uma boa dica é ir colhendo as opiniões de cada participante do ambiente escolar e mesmo da comunidade à qual a escola está inserida.
Portanto, é essencial ouvir os alunos, como eles estão lidando com o planejamento, as suas dificuldades e os elogios que têm a fazer.
Os pais também são figuras importantes que devem ser consultadas, além da própria comunidade escolar que faz parte direta ou indiretamente do ambiente escolar.
O planejamento escolar norteará todo a escola e, por esse motivo, é fundamental que ele não seja um modelo pronto, mas que seja construído em conjunto com todos aqueles que podem contribuir para que a escola realize seu objetivo principal: educar e formar cidadãos.
Muito bem, agora que você já conhece o que é planejamento escolar e para que serve, atente-se a mais essa dica: a tecnologia, além de auxiliar em diversos aspectos no funcionamento da instituição educacional, é uma ferramenta que pode ajudar (e muito!) você a elaborar um planejamento que fará sua escola decolar. Então, confira agora o nosso artigo sobre o assunto!