A BNCC é um documento normativo que tem por objetivo elaborar e delimitar, por meio de um conjunto orgânico e progressivo, as aprendizagens essenciais dos estudantes. Essas aprendizagens essenciais devem ser seguidas por todas as escolas e alunos que estejam em curso na Educação Básica.
É muito provável que você já conheça esse documento e o que ele exige, já que ele foi discutido durante muito tempo até ser aprovado em 22 de dezembro de 2017 e passou a vigorar, de fato, pouco tempo depois.
Mas o que ainda gera muitas dúvidas é o que, de fato, é a BNCC na prática. Sabemos como esse é um assunto sério e, por isso, trouxemos neste artigo todas as informações relevantes sobre como a Base Nacional Comum Curricular deverá guiar sua instituição de ensino e ainda como os professores deverão utilizá-la em sala de aula. Vamos lá?
Entenda a BNCC na prática
Bom, a BNCC é um documento de ordem normativa que delimita como a Educação Básica nacional (Educação Infantil, os anos iniciais e finais do Ensino Fundamental e o Ensino Médio) deverá ser feita.
Na prática, ela estipula competências e objetivos que deverão nortear todo o planejamento escolar anual, bem como o plano das aulas de todas as disciplinas de sua escola.
Além disso, a BNCC tem a finalidade de instituir um currículo universal e fazer com que todos os estudantes, sejam eles de escolas públicas ou particulares, tenham o mesmo nível de conhecimento.
Mas para entender como isso irá influenciar no funcionamento de sua instituição e das aulas lecionadas pelos professores, você deve conhecer quais são as 10 competências gerais, que consubstanciam, no âmbito pedagógico, os direitos de aprendizagem e desenvolvimento. São elas:
- Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
- Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
- Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
- Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
- Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
- Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
- Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
- Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
- Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
- Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
Essas 10 competências gerais deverão nortear todo o currículo dos alunos que frequentam sua instituição. Por isso, a seguir vamos te contar como será a BNCC na prática para o Ensino Infantil, para os anos iniciais e finais do Ensino Fundamental e para o Ensino Médio. Acompanhe!
Saiba como funciona a BNCC na prática para o Ensino Infantil
A BNCC na prática para o Ensino Infantil especifica o que o currículo de crianças que já frequentam a escola desde bem pequenininhas deverá conter.
Há seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento que devem ser efetivamente assegurados para que todas as crianças tenham condições de se desenvolver. São eles:
- Conviver;
- brincar;
- participar;
- explorar;
- expressar;
- conhecer-se.
Além dos direitos de aprendizagem, há também os campos de experiência que devem estar integrados ao currículo, são eles:
- o eu, o outro e o nós;
- corpo, gestos e movimentos;
- traços, sons, cores e formas;
- escuta, fala, pensamento e imaginação;
- espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
Um exemplo de aplicação da BNCC na prática para o Ensino Infantil seria a exploração de brincadeiras que façam com que as crianças imaginem, criem espaços diferentes, além de trabalhar o respeito e a empatia, como uma invenção de uma história do mundo do faz de conta.
Conheça a aplicação da BNCC na prática para o Ensino Fundamental
O Ensino Fundamental, de acordo com a BNCC, está organizado em cinco áreas do conhecimento. Essas áreas favorecem a comunicação e englobam os componentes curriculares.
Portanto, para que a BNCC funcione na prática para o ensino fundamental, os alunos de sua escola que estão neste nível deverão passar pelas seguintes áreas do conhecimento:
- Linguagens – Língua Portuguesa, Arte, Educação Física, Língua Inglesa;
- Matemática;
- Ciências da Natureza;
- Ciências Humanas – Geografia, História;
- Ensino Religioso.
Cada uma dessas áreas definem as habilidades e aprendizagens que devem estar contidas nos currículos escolares.
Nos anos finais do ensino fundamental, para a área de Linguagens, mais especificamente a disciplina de Língua Portuguesa, por exemplo, a BNCC determina alguns campos de atuação e ainda indica que o estudo das linguagens e regras de ordem sintática devem, na medida do possível, ser sempre ensinadas de maneira contextualizada.
Então, um exemplo de como utilizar a BNCC na prática para o Ensino Fundamental na área de Língua Portuguesa para o 6º ano, seria a utilização de um gênero textual, como o bilhete.
Por meio desse gênero, os professores poderão ensinar questões gramaticais de maneira contextualizada e ainda trabalhar o Campo artístico-literário estipulado pela BNCC, pedindo aos alunos que façam um bilhete para os colegas.
Para te ajudar com essa preparação, plataformas online de ensino de redação já estão pensando em temas de produção textual para o ensino fundamental com objetivo de abarcar as questões relacionadas aos diferentes gêneros textuais e os campos exigidos pela BNCC. Não deixe de procurar saber mais para entender os benefícios para sua escola!
Entenda como funciona a BNCC na prática para o Ensino Médio
O Ensino Médio para a BNCC está dividido em quatro áreas do conhecimento:
- Linguagens e suas Tecnologias
- Matemática e suas Tecnologias
- Ciências da Natureza e suas Tecnologias
- Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Assim como o Ensino Fundamental, cada uma dessas áreas estipulam as habilidades que devem ser incluídas no currículo nacional. E há também os campos de atuação para alunos que estão cursando essa etapa.
Suponhamos que você queira saber como a BNCC funcionará na prática para a área de Linguagens e suas Tecnologias, mais especificamente para a disciplina de Língua Portuguesa. Uma boa ideia seria estimular os professores do Ensino Médio da área de Língua Portuguesa de sua escola a trabalharem com os alunos o que são fake news e a pedirem que eles façam uma redação nos moldes do Enem com o tema relacionado a esse problema tão frequente e atual.
Além de trabalhar os objetivos da BNCC, essa proposta ainda prepara os estudantes para uma das provas mais concorridas do ano.
Isso porque sabe-se que os alunos do Ensino Médio, principalmente os do 3º ano, estão voltados a estudar os gêneros textuais que caem no Enem e demais vestibulares. E, além disso, o tema fake news é uma das preocupações mais atuais, inclusive da Base Nacional Comum Curricular. Veja um trecho do documento sobre esse tema:
“a abundância de informações e produções requer, ainda, que os estudantes desenvolvam habilidades e critérios de curadoria e de apreciação ética e estética, considerando, por exemplo, a profusão de notícias falsas (fake news), de pós-verdades, do cyberbullying e de discursos de ódio nas mais variadas instâncias da internet e demais mídias.”
Bom, esperamos que você tenha gostado de saber como a BNCC na prática vai afetar a sua instituição de ensino. Se você quer saber mais sobre esse documento e ainda como fazer um planejamento anual de acordo com a Base Nacional Comum Curricular, leia o artigo que fizemos todinho sobre esse assunto!