Com a suspensão das aulas presenciais durante a pandemia de Covid-19, estudantes de todo o Brasil vivenciaram condições inesperadas de ensino. Além disso, a situação pandêmica causou medo e insegurança em muitos deles. Portanto, é necessário reabrir as escolas com um planejamento para o acolhimento dos alunos.
Por que trabalhar o acolhimento dos alunos?
O isolamento social alterou a rotina de muitas pessoas, inclusive da população em idade escolar. De repente, crianças e adolescentes foram inseridos em um cenário completamente inédito de ensino-aprendizagem e saúde pública.
Como você deve imaginar, as consequências dessa mudança brusca na rotina apareceram!
Em primeiro lugar, alguns fatores atrapalharam muito o rendimento dos alunos no processo de aprendizagem, como: dificuldade para se adaptar à modalidade remota, falta de contato pessoal entre os colegas e luto pelos entes queridos.
Além disso, alguns alunos não tiveram as mesmas oportunidades de estudar. Segundo o Instituto Ayrton Senna, 44,2% dos estudantes mais pobres não têm acesso à internet e 14,5% dos lares da população em idade escolar apresentam adensamento domiciliar, ou seja, um único dormitório compartilhado com muitas pessoas.
Dessa forma, o conteúdo pedagógico ficou muito comprometido durante o isolamento, assim como as condições psicológicas de cada criança e adolescente. Mesmo com o retorno das aulas presenciais, sentimentos de tristeza, ansiedade, insegurança e medo do contágio podem continuar atrapalhando o rendimento dos alunos.
Todas essas informações devem receber atenção especial das escolas, que precisam considerar as novas condições dos alunos para preparar um ambiente acolhedor.
Como acolher os alunos no retorno às escolas?
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), por meio de diretrizes gerais, determina que as escolas precisam desenvolver competências socioemocionais com os alunos. Isso significa que é muito importante cuidar das emoções deles, especialmente no contexto atual.
Nesse sentido, para trabalhar o acolhimento dos alunos, é necessário prestar atenção aos sentimentos deles no pós-isolamento, a fim de retomar as atividades presenciais com base na empatia.
Mas como fazer isso na prática? Abaixo, reunimos algumas dicas:
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Respeite as normas sanitárias
Para receber os alunos de volta com acolhimento, a primeira preocupação da sua escola deve ser com a saúde deles, a fim de garantir a segurança de todos e diminuir o medo do contágio.
Confira quais medidas devem ser implementadas:
- distanciamento de pelo menos 1m² entre as pessoas;
- demarcação das dependências escolares;
- higienização das dependências;
- ventilação natural nos ambientes;
- disponibilização de álcool em gel 70%;
- incentivo à higienização constante das mãos;
- higienização dos calçados;
- recomendação pelo uso de calçados extras;
- adoção de materiais individuais;
- uso obrigatório e troca de máscara;
- orientação às famílias;
- rotinas de treinamentos;
- medição de temperatura;
- afastamento de pessoas que pertencem ao grupo de risco;
- possibilidade de isolamento imediato para pessoas sintomáticas;
- notificação de casos confirmados, quando houver.
Tenha paciência na hora de ensinar
A próxima dica para trabalhar o acolhimento dos alunos é ter paciência na hora de passar o conteúdo programático. O recomendável é aplicar avaliações diagnósticas para saber quanto cada aluno avançou e abordar certos assuntos novamente, se for preciso.
Promova diálogos individuais
Como mencionamos, os sentimentos de tristeza, ansiedade, insegurança e medo podem continuar presentes na vida de alguns alunos. Nesse sentido, para restabelecer a segurança, além das normas sanitárias, é importante promover diálogos individuais.
O diálogo entre a equipe escolar e os alunos é muito importante para tirar dúvidas sobre informações espalhadas pela internet, que às vezes apresenta notícias falsas. Além disso, é possível usar o diálogo para acalmar os alunos em relação à incerteza do futuro.
Para tanto, professores, gestores e demais funcionários devem estar dispostos a lidar com os questionamentos dos alunos dentro da escola, a fim de entender o que cada um está passando e ajudá-los da melhor forma possível.
Evite jargões
Ao optar pelo diálogo, lembre-se de evitar jargões, como: “Olá, campeão.” e “Como é que vai essa força?”. A recomendação é por perguntas diretas, como: “O que você está sentindo?” e “Sobre o que quer conversar?”.
O uso de rótulos também não é recomendável. Às vezes, um aluno conhecido como bagunceiro ou agitado, teve seu comportamento completamente alterado pela mudança de rotina durante a pandemia. Nada de presumir que entende o comportamento deles, ok?
Crie espaços coletivos de conversa
Outra dica para trabalhar o acolhimento dos alunos por meio do diálogo é criar espaços coletivos de conversa, seguindo as regras de distanciamento. Além de diálogos individuais com professores, gestores e demais funcionários, os alunos precisam conversar entre si.
Como as interações pessoais ajudam a melhorar o bem-estar, a reintegração entre pares deve ser incentivada nas escolas. Seja por meio de atividades em grupo ou rodas de conversa, os alunos precisam ter espaço para interagir uns com os outros.
Essa é uma ótima forma de promover a socialização, que esteve em falta durante a suspensão das aulas presenciais, e fazer os alunos escutarem as experiências dos colegas. Conversas coletivas são importantes para fortalecer o vínculo e o eixo coletivo!
Mantenha contato com pais e responsáveis
A nossa última dica sobre como promover o acolhimento dos alunos é manter contato com pais e responsáveis.
Durante o isolamento, a relação família-escola ficou ainda mais essencial. As duas partes tiveram que trabalhar juntas para enfrentar as situações negativas causadas pela pandemia e precisam continuar o trabalho no pós-isolamento.
Sabendo que a realidade nas escolas não será mais a mesma, é recomendável apresentar às famílias a nova organização e os cronogramas que serão seguidos. Assim, os pais e responsáveis podem colaborar na readaptação e no cuidado com os sentimentos dos alunos.
Esperamos que as dicas acima tenham sido úteis para você trabalhar o acolhimento dos alunos na sua escola. Agora, confira o nosso próximo post sobre a importância da comunicação entre família e escola.
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