Quando diversas habilidades foram incluídas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a educação socioemocional começou a ganhar espaço nas discussões no meio educacional.
Isso porque não faz sentido uma escola preparar seus alunos somente para testes padronizados ou com o objetivo de seguir uma carreira profissional. Também é muito importante possibilitar o desenvolvimento de suas emoções.
Neste artigo, buscamos trazer algumas informações importantes sobre esta metodologia. Confira!
O que é a educação socioemocional?
A educação socioemocional refere-se ao processo formativo que considera o desenvolvimento dos aspectos sociais e emocionais dos alunos. O tema passou a fazer parte do currículo obrigatório nacional por meio da BNCC e também por se alinhar à educação integral.
Ela promove o trabalho com a inteligência emocional e as chamadas competências socioemocionais, e deve caminhar de maneira sinérgica ao desenvolvimento das aptidões cognitivas.
Portanto, também é missão da escola estimular a reflexão acerca dos acontecimentos que impactam a sociedade, propondo atividades que tragam soluções e mudem certos contextos.
Mas antes que seu ensino seja feito na prática por meio de uma adequação ao currículo escolar, vamos falar quais são essas habilidades no próximo tópico.
Quais são as habilidades desenvolvidas?
De maneira bem resumida, as habilidades que são desenvolvidas nos alunos pela educação socioemocional podem ser divididas em 4 categorias. São elas:
- cognitivas: habilidades que exigem a mobilização de conhecimentos e a sinapse entre diferentes saberes na busca de realizar algum objetivo. Exemplos: planejamento estratégico, tomada de decisões, raciocínio lógico, resolução de problemas e pensamento criativo;
- sociais: capacidade de se relacionar com as pessoas e situações ao seu redor com o intuito de facilitar a realização de algo, seja pessoal ou profissional. Exemplos: capacidades de cooperação e colaboração, empatia, trabalho em equipe, postura positiva diante de adversidades, comunicar de forma clara e coerente, bem como resolver conflitos;
- emocionais: aprender a lidar com nossas emoções e sentimentos para nos mantermos em equilíbrio diante de situações desafiadoras. Exemplos: autoavaliação, autoconhecimento, autoconfiança, capacidade de aprender com os erros e equilíbrio para lidar com o ganhar e o perder;
- éticas: compreender o conjunto de valores sobre o qual a sociedade é construída. Para atuar de forma positiva sobre esses valores, é preciso desenvolver habilidades éticas. Exemplos: respeitar o próximo, aceitar a diferença, compreender a importância do meio socioambiental e atuar de forma positiva para o bem comum.
Nenhuma dessas habilidades trabalham sozinhas, elas são integradas e fundamentais para a realização plena de todos os alunos como seres atuantes na transformação social.
Logo, a noção de que cognição e emoção não podem ser abordadas separadamente na escolarização básica permeia todas as 10 Competências Gerais da BNCC.
Como implementar a educação socioemocional na escola?
Para que sua escola ofereça uma formação integral aos alunos, é necessário um esforço coletivo. Ou seja, tanto a instituição quanto os professores devem utilizar métodos que abram espaço para abordar as questões sociais e, assim, possibilitar aos estudantes reconhecerem suas emoções e terem mais controle sobre elas.
Também é importante aliar o conteúdo de sala de aula à comunicação com as famílias. Portanto, é fundamental um bom relacionamento com os pais ou responsáveis para trocar ideias e informações sobre os alunos.
Veja como trabalhar as competências socioemocionais na sala de aula.
1. Adapte o currículo à educação socioemocional
Como dito anteriormente, para trabalhar as competências socioemocionais, o currículo escolar tradicional deve ser adaptado. Isso quer dizer que tais habilidades devem ser incluídas em todas as disciplinas por meio de um planejamento voltado para o autoconhecimento, resiliência e empatia, por exemplo.
Dessa forma, o ensino cognitivo aliado ao socioemocional irá potencializar a capacidade de aprendizado dos alunos. Isso porque, essa combinação contribui para uma formação integral, já que mais do que aprender e dominar os conteúdos pedagógicos, também é necessário se tornar um cidadão consciente e responsável socialmente.
2. Busque por materiais atualizados e contextualizados
Para a aplicação da educação socioemocional, nada mais coerente que o uso de materiais didáticos alinhados às habilidades e emoções a serem trabalhadas em sala. Eles servem de suporte ao longo do processo de aprendizagem.
Os materiais que compreendem competências da BNCC já consideram questões que envolvem o ensino socioemocional e também o uso de tecnologias, tendo em vista que esses dois fatores estão entre os pilares da educação no século XXI.
Assim, a partir de um material atualizado e contextualizado, os alunos passam a ter mais facilidade para se conectar com o que está sendo ensinado.
Por exemplo, ao falar sobre cidadania, os materiais podem mostrar situações comuns no dia a dia do estudante, o que gera identificação e o estimula a se envolver e a adquirir consciência cidadã.
3. Aplique atividades que fujam do tradicional
Quando um aluno acompanha uma aula excessivamente expositiva, a tendência é que dificilmente ele fixe sua atenção. Isso acontece, pois o contexto tecnológico está inserido em sua rotina e lhe envia estímulos sonoros e visuais a todo o tempo.
Nesse sentido, o ideal é investir em atividades que fujam do tradicional. A aplicação de atividades que utilizem livros, músicas, filmes e ferramentas tecnológicas ajudam a explorar novos conteúdos e faz com que os alunos conheçam outras realidades.
Também procure propor atividades coletivas, de forma que eles possam interagir com os seus colegas. Assim, eles irão expandir o entendimento das suas emoções e dos demais. Além disso, essa troca de experiência proporciona uma melhora na inteligência emocional, colaboração, ponderação e construção do pensamento crítico.
4. Trabalhe com uma pedagogia mais afetiva
Mesmo que o tecnológico esteja cada vez mais presente na vida das pessoas, os métodos de ensino não podem deixar de valorizar o lado humano. Inclusive, a inserção socioemocional na educação proposta pela BNCC mostra a importância de formar jovens emocionalmente conscientes.
Diante disso, utilizar a pedagogia afetiva nas aulas se torna uma poderosa metodologia, visto que ela considera as interações afetivas como aspecto indispensável para o sucesso do processo-aprendizagem. Cada aluno é percebido como um sujeito com necessidades únicas, que está em formação e precisa de um ambiente confortável e saudável para o seu desenvolvimento.
O professor precisa atuar como um mediador do conhecimento e implementar estratégias que façam com que o aluno identifique, interprete e compreenda os problemas sociais e, a partir daí, pense em possíveis soluções. Também é válido questionar o estudante, convidando-o a visualizar diferentes cenários, compartilhar experiências e a ser ativo na resolução de conflitos.
Entendeu como a educação socioemocional é de extrema importância para o crescimento dos alunos? Aproveite para ler também nosso próximo artigo sobre educação interativa!
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