Neste artigo, vamos explicar como será o Enem para o Novo Ensino Médio! Embora a implementação desse novo modelo de ensino ocorra a partir de 2022, o Enem vai levar mais tempo para se adequar.
Uma etapa precede a outra, portanto, a mudança no Enem já era prevista devido à reforma do Ensino Médio. Quer saber como, quando e por que isso vai acontecer? Continue lendo!
Por que o Ensino Médio e o Enem têm que mudar?
Contra fatos não há argumentos, e a situação preocupante da evasão escolar no Brasil foi o principal motivo para a elaboração do Novo Ensino Médio.
Em um levantamento do MEC, Inep e IBGE, descobriu-se que 11,8% dos adolescentes brasileiros estão fora da escola, sendo que desta porcentagem menos de 1% equivale ao total de crianças e adolescentes de seis a 14 anos – 169.521 alunos abaixo da idade de 14 anos.
Ou seja, entre os alunos que abandonam a escola, a maioria sai exatamente no Ensino Médio. Segundo o levantamento supracitado, são 1.152.846 adolescentes de 15 a 17 fora das escolas no Brasil.
Nesse sentido, a reforma tem o objetivo de atender às necessidades e expectativas dos jovens por meio de um currículo que contemple uma formação geral, orientada pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). E também pelos itinerários formativos, que possibilitam aos estudantes aprofundar seus estudos na(s) área(s) de conhecimento com a(s) qual(is) se identificam ou, ainda, em curso(s) de formação técnica e profissional.
Como será o Novo Ensino Médio?
O Novo Ensino Médio terá 1.000 horas anuais e vai se dividir em duas etapas: formação geral básica e itinerários formativos.
A formação geral básica terá 1.800 horas de carga horária, com disciplinas formadas pelas competências e habilidades previstas na BNCC. Já os itinerários formativos terão até 1.200 horas e vão aprofundar os conhecimentos dos alunos nas áreas escolhidas.
Outra mudança já anunciada pelo MEC é que, com o novo Ensino Médio, os estados vão poder oferecer até 30% da carga horária na modalidade de educação a distância.
Ao fortalecer o protagonismo juvenil, o Novo Ensino Médio possibilita aos estudantes escolher o itinerário formativo no qual desejam se aprofundar. Dessa forma, cria-se um caminho para aumentar o interesse dos jovens pela escola e, consequentemente, para combater a evasão escolar.
Vale ressaltar que as escolas não serão obrigadas a oferecer todas as áreas que compõem os itinerários formativos.
Quando o Novo Ensino Médio vai ser implementado?
Segundo o MEC, o cronograma de implementação do novo modelo será gradual e vai abranger os três anos do Ensino Médio somente em 2024, sendo este o primeiro ano do Enem adaptado.
Cronograma do MEC
2020
- Elaboração dos referenciais curriculares por parte dos estados.
2021
- Aprovação e homologação dos referenciais curriculares nos Conselhos de Educação estaduais e formações continuadas de professores.
2022
- Implementação dos referenciais curriculares no 1º ano do Ensino Médio;
- escolha e distribuição de obras didáticas por área de conhecimento e de formação continuada;
- publicação da portaria do Enem prevendo adaptação às diretrizes do Novo Ensino Médio.
2023
- Implementação nos 1º e 2º anos do Ensino Médio.
2024
- Implementação dos referenciais em todos os anos do Ensino Médio;
- escolha e distribuição dos materiais e recursos didáticos para os itinerários formativos;
- publicação de novas matrizes de avaliação do Saeb;
- aplicação do Enem conforme as diretrizes do Novo Ensino Médio.
Como vai ser o formato do Enem?
Atualmente, as provas do Enem são divididas entre as quatro áreas do conhecimento: Linguagens, Matemática, Ciências Humanas e Ciências da Natureza.
Com a reforma, os itinerários formativos vão ser decisivos para a elaboração do Enem. Ou seja, nem todos os alunos vão realizar a mesma prova. Uma parte do Exame será compatível com a área na qual cada aluno escolheu se aprofundar.
A princípio, o Enem vai continuar sendo realizado em duas etapas. No primeiro dia, a prova terá caráter geral, conforme a BNCC. Já no segundo dia, os candidatos vão fazer provas específicas, vinculadas ao curso de graduação escolhido.
No primeiro dia, as provas do Enem segundo a BNCC serão de:
- Linguagens;
- Matemática;
- Ciências da Natureza;
- Ciências Humanas.
Já no segundo dia, as avaliações vão abordar disciplinas específicas voltadas às áreas de:
- Ciências Biológicas;
- Ciências Exatas;
- Ciências Humanas.
O Enem vai ser digital?
Segundo o TICS Kids Online 2019, 89% da população de nove a 17 anos é usuária de internet no Brasil.
Não obstante, ainda que a pandemia tenha “forçado” a realização do Enem digital, há um caminho importante a ser percorrido por meio de algumas etapas.
Para que avaliações como o Enem tornem-se digitais, é fundamental o investimento em estrutura, materiais didáticos com recursos digitais e aprendizagem de habilidades necessárias ao mundo digital.
É um fato que o uso das novas tecnologias têm ganhado muito espaço na educação. No Brasil, como dissemos anteriormente, um exemplo disso é a versão digital do Enem. A prova nessa modalidade teve sua primeira aplicação na edição de 2020, que aconteceu nos dias 31 de janeiro e 8 de fevereiro de 2021.
Segundo o Ministério da Educação, a perspectiva é que, a partir de 2026, a prova aconteça de maneira 100% digital.
É comum julgarmos que os jovens já dominam o mundo digital, afinal, eles já nasceram em um mundo digitalizado, né? Mas não é bem assim. O uso adequado das plataformas digitais depende de várias habilidades que precisam ser trabalhadas ao longo da vida.
Para desenvolver tais habilidades, o sistema educacional brasileiro deve incluir as ferramentas digitais já nas primeiras séries, tornando-as parte da rotina dos estudantes e professores.
Desafios do mundo digital
Há alguns desafios que os alunos precisam enfrentar quando tiverem contato com as novas tecnologias. Esses desafios têm a ver com a capacidade de utilizar os recursos digitais de forma crítica.
Nesse sentido, eles devem sempre se questionar:
- “Este site é seguro?”;
- “Será que devo clicar neste link?”;
- “Devo compartilhar essa informação?”;
- “Essa informação que apareceu para mim é verdadeira ou falsa?”;
- “Como devo comentar nesta postagem?”:
- “É seguro informar meus dados neste site?”;
- “Os conteúdos que consumo têm contribuído ou prejudicado minha saúde mental?”;
- “Esta pessoa estranha que entrou em contato comigo é confiável?”.
A conclusão é que os recursos digitais devem atuar como uma forma de incentivar e potencializar mais ainda a tão desejada autonomia dos estudantes prevista na reforma do Ensino Médio.
Esperamos que você tenha gostado do nosso conteúdo sobre o Enem para o Novo Ensino Médio. Para saber mais sobre as possibilidades de aplicar esse modelo de ensino na sua escola, fale com um especialista!
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