O Novo Ensino Médio vem como resposta aos problemas apresentados na educação, marcado por uma alta taxa de evasão escolar, desengajamento dos estudantes e falta de conteúdo condizente ao dia a dia dos alunos. Nesse sentido, entender o que são os itinerários formativos, como organizá-los e como colocá-los em prática é fundamental para orientar e conduzir os estudantes e professores de forma eficiente.
Veja um exemplo de organização para o Novo Ensino Médio
Tornar a escola mais atrativa e adequada à realidade dos jovens é um fator indiscutível para torná-los engajados na sua própria jornada de aprendizagem. Com base nisso, o Governo Federal aprovou a Lei 13.415/17, que prevê a reestruturação do Novo Ensino Médio até 2022.
A matriz curricular do Novo Ensino Médio será composta pela formação geral básica, que compreende as quatro áreas do conhecimento e seus componentes curriculares: Linguagens, Matemática, Ciências Humanas e Ciências da Natureza. Além dos itinerários formativos (as matérias optativas), que é a parte flexível do currículo.
*Exemplo do governo de Minas Gerais na organização curricular da Formação Geral Básica para 2022
*Exemplo do governo de Minas Gerais na organização curricular dos Itinerários Formativos para 2022
Conheça os 4 eixos estruturantes dos itinerários formativos
Primeiro, é necessário entender como os itinerários devem ser organizados e estruturados. Eles são compostos de quatro eixos estruturantes:
- Investigação científica: trabalha a capacidade de investigar a realidade por meio da realização de uma pesquisa científica.
- Processos criativos: os estudantes idealizam e realizam projetos criativos, utilizando e integrando diferentes linguagens, manifestações sensoriais, vivências artísticas, culturais, midiáticas e científicas.
- Mediação e intervenção sociocultural: Estimular e desenvolver o envolvimento dos alunos com a vida pública, engajando-os em projetos de intervenção sociocultural e ambiental para gerar transformações positivas na comunidade.
- Empreendedorismo: tem como objetivo capacitar os estudantes a utilizar conhecimentos de diferentes áreas para empreender em projetos pessoais ou profissionais no futuro, alinhados ao seu projeto de vida.
Seguindo esses eixos, os itinerários formativos podem ser por área (focados em apenas uma área do conhecimento), integrados (quando envolvem mais de uma área) ou técnicos (voltado à formação técnica e profissional).
O que fazer para criar itinerários formativos?
Os itinerários formativos dão a possibilidade de combinar a observação e a percepção para ouvir a comunidade escolar e usar a criatividade para pensar em possibilidades que se relacionam à necessidade local específica. Não é necessário abandonar tudo o que já é feito e começar do zero, mas é preciso ter discernimento para entender o potencial do corpo docente e as atividades que representam o coração da escola.
Para construir os itinerários, identifique primeiro qual projeto você tem hoje que representa a identidade da sua escola e quais as vivências do corpo docente que não aparecem nas aulas.
É possível que você já tenha um projeto na sua escola que agora se tornará um itinerário. Se esse for o caso, significa que já há disponibilidade de professores, interesse dos alunos e espaço para que essa atividade seja realizada.
Não precisa “inventar a roda”!
Imagine que sua escola já desenvolveu uma peça de teatro anual que todos amam. Você pode transformá-la em um itinerário! Ofereça essa peça de teatro como uma oficina completa, incluindo equipe de design, redação, produção, figurino, músicos, atores e diretores.
Uma dica de ouro é analisar as habilidades e vivências dos docentes que não são aproveitadas em sala de aula. A partir dessa observação podem aparecer infinitas possibilidades para criar itinerários formativos incríveis.
Um outro exemplo: você tem uma professora de português que joga online nas horas vagas. Reúna duas habilidades da professora e crie uma oficina com grande potencial de engajamento do docente.
Mas não se esqueça: os projetos devem sempre ser mais vivenciais do que conteudistas.
Como criar as disciplinas eletivas?
As opções de disciplinas eletivas que o aluno pode escolher são definidas pela escola. Dessa forma, é preciso tomar alguns cuidados para construir propostas que estejam em conformidade com a realidade dos adolescentes.
Invista em conteúdos correlacionados com a tecnologia
A tendência é que a tecnologia se faça presente nas atividades e projetos desenvolvidos pelos alunos dentro e fora da escola. Por isso, uma das 10 competências gerais da BNCC é a Cultura Digital e 20% da carga horária do Novo Ensino Médio pode ser EAD.
Nesse sentido, é uma escolha muito acertada investir em ferramentas e conceitos tecnológicos que estejam presentes na vida dos estudantes, que agreguem praticidade, incentivem a sua criatividade e estimulem a autonomia digital
Caso sua escola não tenha estrutura para criar esses conteúdos de forma online, saiba que já existem empresas de educação oferecendo itinerários formativos e eletivas em formato EAD.
Como ajudar os alunos a fazer boas escolhas?
Muitas escolas e responsáveis se preocupam em relação à autonomia dada ao aluno para selecionar as áreas que deseja estudar e questionam se ele terá responsabilidade e sabedoria para tomar decisões conscientes.
Portanto, facilitar boas decisões que realmente contribuam com o futuro acadêmico e profissional dos alunos é de extrema importância.
Veja algumas das melhores práticas para conduzir esse processo na sua instituição de ensino:
Capacite os educadores para que ajudem nas escolhas dos estudantes
É essencial preparar e disponibilizar educadores para dar suporte aos alunos na tomada de decisões. O professor deve auxiliar o aluno a enxergar quais são os seus interesses, seus talentos, competências e paixões, e a partir daí apresentar e esclarecer as áreas de conhecimentos e disponibilidade de eletivas coerentes com o seu perfil.
Organize ações de promoção das disciplinas eletivas
A informação é a peça-chave para trabalhar as disciplinas eletivas na escola. Afinal, quanto mais informações os estudantes tiverem acesso, mais embasamento terão para analisar as disciplinas disponíveis e escolher quais se encaixam nos seus planos de vida.
Tendo isso em mente, é recomendado organizar horários e ambientes para que o assunto seja discutido, em que os alunos possam ter acesso a informações detalhadas e conversar com a equipe pedagógica. Algumas opções seriam: palestras, seminários, feiras e fóruns online.
Esperamos que você tenha gostado do nosso conteúdo sobre qual a melhor forma de ofertar os itinerários formativos dentro do Novo Ensino Médio. Para saber mais sobre as possibilidades de aplicar esse modelo de ensino na sua escola, fale com um especialista!
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