A educação inclusiva é uma proposta que procura trazer às escolas regulares alunos especiais.
Nesse sentido, é dever da escola transformar e adequar o ambiente aos alunos que possuem qualquer tipo de atendimento especializado, com o objetivo de desenvolver estes alunos completamente.
Para isso, é necessário conhecer o contexto de desafios que essa nova proposta educacional tem enfrentado e assim pensar junto aos colabores da escola práticas inclusivas que sanem os problemas e alcancem uma educação, de fato, inclusiva.
Pensando nisso, separamos 6 práticas inclusivas para que você consiga acolher alunos especiais em sua escola, fazendo com que eles, realmente, se desenvolvam inteiramente em contato com outros estudantes. Vamos lá?
Quais os pilares que sustentam a educação inclusiva?
Antes de te contarmos melhor sobre quais práticas inclusivas você pode adotar em sua escola, vamos te mostrar quais os pilares que sustentam a educação inclusiva.
Pois bem, a educação inclusiva pauta-se em 5 pilares. Conheça-os agora:
- Toda pessoa tem o direito de acesso à educação
- Toda pessoa aprende
- O processo de aprendizagem de cada pessoa é singular
- O convívio no ambiente escolar comum beneficia a todos
- A educação inclusiva diz respeito a todos
Além disso, a educação inclusiva abrange três grupos de estudantes. São eles:
- alunos com deficiência;
- alunos com transtornos globais de desenvolvimento ou transtorno do espectro autista;
- alunos com altas habilidades ou superdotação
Na teoria a educação inclusiva funciona muito bem, porém, na prática ela encontra desafios para alcançar seu êxito. E é por isso que vamos te contar a seguir 6 práticas inclusivas para superar os desafios e fazer com alunos que possuam algum tipo de limitação consigam se desenvolver completamente.
6 práticas inclusivas para aplicar em sua escola
Separamos para você 6 práticas inclusivas para aplicá-las em sua escola. Acompanhe!
1. A educação inclusiva deve fazer parte do dia a dia escolar
A educação inclusiva deve fazer parte do dia a dia escolar. Essa é a primeira prática que você deve aplicar em sua escola.
A educação inclusiva deixou de ser uma prática paralela há algum tempo, mas ainda hoje enfrenta desafios para ser implementada nas instituições de ensino do país.
Isso acontece porque o assunto ainda se apresenta como um tabu social, o que deve ser desmistificado. É necessário que toda a comunidade esteja engajada em alcançar e implantar a educação inclusiva no seio escolar. E para isso, não se pode, nem se deve medir esforços.
O diálogo é a chave central, já que como a implementação de uma educação inclusiva ainda é algo novo. Todos: diretores e diretoras, coordenadores e coordenadoras, professores e professoras e estudantes devem participar de reuniões sobre o assunto e se inteirar sobre o seu papel dentro dessa nova lógica educacional.
2. Dentro da sala de aula: respeite os diferentes ritmos de aprendizado
O educador e a educadora serão os mediadores de uma prática inclusiva em sala de aula. É esse profissional que deverá orientar e guiar os alunos, sejam eles especiais ou não, pelo caminho do conhecimento.
E para que isso seja alcançado, os professores e professoras deverão saber respeitar os diferentes ritmos de aprendizagem. Isso significa, na prática, pegar a mão dos alunos e com muita paciência, baseados em estratégias pedagógicas, e ainda com muito cuidado ensinar aquilo que alguns dos alunos não conseguiram dominar na primeira explicação.
Em uma sala de aula inclusiva, os conteúdos das aulas são considerados objetos de aprendizagem. À cada um dos alunos cabe atribuir, significar e construir conhecimentos de maneira autônoma, como prega a BNCC. Aos professores cabe mediar o caminho entre os objetos de aprendizagem e o desenvolvimento do conhecimento autônomo.
O professor não estará para sempre ao lado dos alunos, portanto, é seu dever entender que cada um se desenvolve em seu ritmo, sem se esquecer de trabalhar a independência de todos os alunos, inclusive os que possuem algum tipo de limitação.
O educador, então, deve passar ao estudante toda a confiança que ele precisa para se sentir capaz de resolver qualquer problema ou questão. É através desse caminho que será possível ao educador compartilhar, confrontar e resolver conflitos cognitivos dentro da sala de aula inclusiva.
3. Capacite os educadores e coordenadores de sua escola
Uma outra prática inclusiva que deve ser adotada é a capacitação de educadores e coordenadores escolares.
É dever da escola que se propõe a adotar uma educação inclusiva fornecer meios de capacitação profissional nesta área.
Para isso, há redes de apoio de que podem ser acessadas. Afinal, não é obrigação saber ensinar e lidar com alunos com necessidades educacionais especiais sem nenhuma capacitação anterior, mas é obrigação procurar meios para se aprender. Portanto, confira a seguir quais são essas redes de apoio que a escola pode procurar para capacitar seus colaboradores:
- Atendimento Educacional Especializado (AEE);
- Profissionais da educação especial — intérpretes, professores de Braille etc. — da saúde e da família.
Além dessas redes, a escola pode também levar à instituição educadores especializados em educação inclusiva para dar palestras aos alunos e colaboradores, para que cada vez mais a educação inclusiva seja de fato alcançada.
4. Foque nas competências e não nas dificuldades dos estudantes
O educador e educadora que se propõe a ser inclusivo deverá focar nas competências e não nas dificuldades ou limitações dos estudantes que possuem Necessidades Educacionais Especiais.
Os professores e professoras deverão conhecer individualmente cada aluno que têm para, assim, conseguir identificar suas competências e trabalhá-las com carinho e atenção. Para isso, o tempo é o seu melhor amigo. Ninguém aprende a ensinar alunos com algum tipo de deficiência ou limitação do dia para noite, é necessário tempo, disciplina, empatia e capacitação.
Educadores que querem ser melhores devem não apenas esperar que a capacitação venha como uma prática da escola, mas sim buscar por uma formação continuada que os possibilidade enxergar a prática inclusiva como algo que faz parte de seu cotidiano escolar.
É claro que sim, as limitações devem ser levadas em conta, mas não serão tratadas como o centro da educação. O professor inclusivo deverá pensar em práticas educacionais que consigam atingir diferentes alunos, apesar de suas limitações. O ideal não é buscar atividades distintas para alunos surdos ou cegos, por exemplo, mas procurar por atividades que de fato incluam alunos com necessidades especiais e os demais.
5. Todos os colaboradores da escola devem debater sobre os desafios da educação inclusiva
A educação inclusiva ainda é um desafio. E desafios só são vencidos por meio de debates. Após a implantação de medidas e práticas inclusivas, é normal que problemas apareçam, afinal, esta é uma prática nova dentro da educação.
Para solucionar possíveis questões e desafios, toda a comunidade escolar deve participar de debates para que essas dificuldades sejam superadas. E quando nos referimos a toda a comunidade, estamos dizendo que diretores, pais, alunos sem necessidades especiais, alunos com necessidades especiais, educadores e coordenadores, todos esses devem partilhar suas experiências.
Somente assim a educação será realmente inclusiva, quando todos forem ouvidos e devidamente atendidos em suas necessidades.
6. Invista em formação continuada
Como mencionamos, é dever da escola, como instituição que se propõe a oferecer uma educação inclusiva, oferecer capacitação profissional. Porém, é também dever do educador e educadora procurar por essa capacitação de maneira autônoma.
A educação inclusiva é uma área do mercado de trabalho educacional que ainda apresenta déficit de especialistas. Portanto, procurando por uma formação continuada nessa área, caminhos profissionais serão abertos e, além disso, a empatia será desenvolvida de maneira ainda mais profunda.
Esperamos que você tenha gostado de conhecer melhor as práticas inclusivas e que você consiga adotá-las em sua instituição de ensino. Aproveite para ler nosso artigo sobre competências socioemocionais da BNCC, um assunto que certamente te ajudará a alcançar uma educação inclusiva!