Você já ouviu falar da Aprendizagem Baseada em Problemas? Ao contrário da nossa natureza de tentar fugir de alguma situação desagradável, essa metodologia é voltada para a aquisição do conhecimento visando a resolução dessas situações.
Trata-se de uma inovação bastante interessante na área da educação que vem sendo utilizada globalmente.
Já parou para pensar como os problemas fazem parte da nossa vida? Eles estão nos mais diversos contextos: na vida pessoal, profissional e, também, nos problemas propostos em cada disciplina escolar.
Neste artigo, vamos explicar a você o que é a Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP), como ela funciona e quais são os seus benefícios na educação. Confira!
O que é a aprendizagem baseada em problemas (ABP)
A ABP, também conhecida pela sigla em PBL, do inglês Problem Based Learning, começou a ser desenvolvida em universidades do Canadá e Holanda no final da década de 60 e é uma proposta pedagógica que defende a ideia de uma Aprendizagem Baseada em Problemas.
Ela se baseou nos conceitos do psicólogo americano Jerome Seymour Bruner e do filósofo John Dewey. Jerome afirmava que a educação deveria colocar os estudantes em contato com problemas, com objetivo de incentivar a discussão de temas em grupos e a busca por soluções, proposta que foi chamada de Aprendizagem pela Descoberta.
Já Dewey defendia a ideia de que a educação deve ser baseada na reconstrução da experiência, observando a realidade para a produção do crescimento, motivação e aprendizagem.
Contudo, embora ambos tenham inspirado a Aprendizagem Baseada em Problemas, seu desenvolvimento se deu primeiro por uma experiência na Harvard Business School. Com isso, a proposta foi disseminada para outras universidades, contribuindo muito para a formação dos princípios defendidos por essa abordagem.
Dessa maneira, a Aprendizagem Baseada em Problemas está baseada em alguns pilares como:
- abordagem centrada no aluno, na qual ele deve aprender por si próprio;
- aplicação do conhecimento para a solução de problemas;
- ênfase no desenvolvimento cognitivo;
- integração interdisciplinar;
- organização temática em torno de problemas, e não de disciplinas.
Como a ABP funciona em sala de aula
De modo geral, toda a dinâmica da sala de aula é modificada quando se utiliza a Aprendizagem Baseada em Problemas. Por ela, o professor não é mais visto como o único detentor do conhecimento.
Aplicando a ABP, o professor atua como um orientador que guia seus estudantes e caminha ao lado deles na busca pela aprendizagem.
Sendo assim, o ponto de partida é apresentar problemas cotidianos fazendo relação com as disciplinas ensinadas.
Acompanhe um exemplo: um rio, de determinada cidade, encontra-se poluído. Como os alunos podem solucionar esse problema?
A partir daí, outras matérias podem propor um trabalho interdisciplinar, como biologia, geografia, física, química etc. Assim, sendo abordadas juntas, os alunos conseguem chegar a uma conclusão de como resolver a questão.
Vale ressaltar, que esse tipo de metodologia pode ser realizada aos poucos, fazendo com que professores e estudantes se habituem à nova realidade de maneira gradual.
Benefícios do trabalho com a ABP
Os defensores da Aprendizagem Baseada em Problemas atribuem uma série de benefícios dessa metodologia aplicada na educação.
1. Estimula a atividade do aluno
Quando uma escola adota a Aprendizagem Baseada em Problemas, a primeira mudança vista diz respeito à passividade do aluno. Dessa forma, o simples ato de reproduzir os conteúdos aprendidos na hora da avaliação, como no método tradicional, não é uma opção interessante, pois é preciso que o estudante saia da sua zona de conforto.
Assim, é preciso que ele elabore bem seus conhecimentos, fazendo relações, críticas e questionamentos vistos em situações reais.
2. Forma indivíduos autônomos
À medida que a Aprendizagem Baseada em Problemas desenvolve nos estudantes a capacidade de analisar dados e formular conceitos por conta própria, ela rompe os efeitos da passividade em todas as esferas de suas vidas.
Essa autonomia traz implicações não só na carreira do indivíduo, mas na vida social com um todo. Portanto, o aluno se torna apto a ser sujeito e também agente do seu meio.
3. Desenvolve a cognição
Muitas vezes, a abordagem tradicional exige que os alunos utilizem funções cognitivas como memorizar, reconhecer, identificar, ordenar e outras tarefas simples para a mente humana.
Porém, com a Aprendizagem Baseada em Problemas, eles passam a usar outras funções cognitivas, pois ela envolve a aplicação de conhecimentos, manipulação de dados, variáveis, previsões, análises, elaboração e experimentação de hipóteses, entre outras possibilidades.
Portanto, a ABP promove um desenvolvimento cognitivo mais significativo, de forma que ela torna o estudante mais apto a interpretar a realidade, prever consequências, propor soluções, executar ações e usar o pensamento crítico.
4. Aumenta o senso de responsabilidade
Como vimos, pela Aprendizagem Baseada em Problemas, o aluno não irá receber todas as informações pelo professor, pois é exigido que ele desenvolva disciplina para estudar e aprender de forma autônoma.
Além disso, ao conhecer melhor os problemas sobre a sua realidade e as formas de atuar sobre eles, o estudante se torna mais responsável não só em relação ao desempenho. Ele também passa a ser consciente do seu papel na comunidade em que vive e desenvolve o desejo de transformá-la, de forma positiva.
5. Desenvolve a capacidade de trabalho em equipe
Pelo trabalho realizado com os grupos, por meio da Aprendizagem Baseada em Problemas, os alunos aprendem a atuar em equipe.
Assim, são desenvolvidas habilidades como empatia, análise e argumentação. Os estudantes se tornam capazes de cooperar de forma solidária e assertiva.
Viu como a Aprendizagem Baseada em Problemas pode trazer muitos benefícios para todos envolvidos na educação? Agora que você está mais ciente sobre essa metodologia de ensino, leia nosso próximo artigo e conheça as ferramentas da metodologia ativa.
Quer saber mais sobre a Avaliação Diagnóstica?
Baixe este infográfico gratuito para entender o que é, suas características e como aplicá-la na sua escola.