A educação especial ou educação inclusiva corresponde ao ensino voltado para pessoas com deficiências físicas, auditivas, visuais, intelectuais e múltiplas, transtornos do desenvolvimento, altas habilidades e superdotação. O atendimento para cada aluno é exclusivo e específico, variando de acordo com suas condições.
Segundo a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), a educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados no sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida.
Isso possibilita que esses estudantes alcancem o máximo no desenvolvimento de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas necessidades de aprendizagem.
Assim, o objetivo da educação especial é adaptar o sistema educativo, de modo a dar condições de acesso ao ensino para pessoas com deficiência, seja em escolas regulares ou escolas especiais.
Acompanhe a leitura deste artigo para aprender mais sobre a educação especial, qual a importância que ela tem para o ensino e como implementá-la nas escolas.
O que é a educação especial?
A educação especial é o ramo da educação voltado para o atendimento e educação de pessoas com alguma deficiência. Ela se dá preferencialmente em instituições de ensino regulares ou ambientes especializados, por exemplo, as escolas para surdos.
De acordo com o art. 58 da Lei de diretrizes e bases da educação nacional, nº 9394 de 20 de dezembro de 1996, também são considerados público-alvo dessas escolas crianças com transtornos globais de desenvolvimento ou com altas habilidades/superdotação.
Assim, a educação especial é organizada para atender especifica e exclusivamente alunos com determinadas necessidades especiais. Algumas escolas dedicam-se apenas a um tipo de necessidade, enquanto outras se dedicam a diversas outras. Para ela ser aplicada no sistema regular de ensino, é necessária uma adaptação e transformação para atender de forma inclusiva.
Além disso, o termo educação especial denomina tanto uma área de conhecimento quanto um campo de atuação profissional. Dentre os profissionais que trabalham ou atuam em educação especial, estão:
- educador especial;
- educador físico;
- fisioterapeuta;
- fonoaudiólogo;
- neuropsicopedagogo;
- pedagogo;
- psicólogo;
- psicopedagogo;
- terapeuta ocupacional, dentre outros.
Assim, os objetivos da educação especial são os mesmos da educação comum. O que difere, entretanto, é o atendimento, que passa a ser de acordo com as diferenças individuais do aluno. Porém, é necessário, antes de tudo, tornar reais os requisitos para que a escola seja verdadeiramente inclusiva, e não excludente.
Qual a importância da educação especial?
Até aqui você aprendeu melhor sobre a educação especial, agora você verá o caráter essencial que ela tem no ensino. Primeiramente, existe a relevância universal da formação humana e dos direitos humanos. Assim, quando uma instituição de ensino busca promover efetivamente a integração, ela oportuniza o desenvolvimento de habilidades e competências a todos.
Em seguida, são vistos os aspectos mais específicos, que apresentam outros benefícios proporcionados pela educação especial. Em um estudo promovido pelo Instituto Alana, em parceria com a ABT Associates, podemos observar alguns deles. Vale ressaltar que os dados apontados pelo estudo não dizem respeito apenas aos alunos com necessidades especiais, mas também a todos os demais:
- alunos com deficiência em escolas com abordagem inclusiva — dependendo das condições que caracterizam suas necessidades — são mais propensos a fazer amizades, realizar um curso superior, encontrar um emprego e viver de forma independente;
- alunos com necessidades especiais têm aperfeiçoamento mais notável de habilidades de leitura e matemática e estão menos propensos a ter problemas comportamentais;
- pessoas sem necessidades especiais que frequentam escolas inclusivas tendem a ter menos opiniões preconceituosas e mais facilidade de lidar com as diferenças;
- o desenvolvimento socioemocional dos alunos, independentemente se com ou sem deficiência, é potencializado por meio da convivência inclusiva.
Nesse sentido, destaca-se a importância das salas de recursos multifuncionais, mobiliários e materiais didáticos e pedagógicos para a oferta do atendimento educacional especializado. Essa indicação consta do Decreto nº 7.611, que também compõe a legislação voltada à educação especial.
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7 práticas para implantar a educação especial na sua escola
Para existir uma prática pedagógica coletiva, multifacetada, dinâmica e flexível, são requeridas mudanças significativas na estrutura e no funcionamento das escolas, como também na formação humana dos professores e nas relações família-escola.
Portanto, a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais em classes comuns exige que a escola regular se organize. Acompanhe as adaptações necessárias para receber alunos com necessidades especiais:
1. Adaptação do projeto pedagógico
Além de receber a matrícula de alunos com necessidades especiais de educação, as escolas precisam oferecer um projeto pedagógico inclusivo.
Mas além dessas mudanças necessárias, também é importante eliminar as barreiras arquitetônicas, introduzir recursos e tecnologias assistivas e dispor de profissionais do ensino especial.
2. Preparo do corpo docente
A capacitação dos professores deve incluir um plano para que eles e demais funcionários aprendam como podem contribuir com a educação inclusiva.
Assim, dentro de suas funções específicas, todos precisam estar preparados para atuar de forma positiva na educação desses alunos.
3. Uso de recursos tecnológicos
A utilização da tecnologia contribui muito para o desenvolvimento dos estudantes com necessidades específicas. E muitas vezes isso não está relacionado a aparatos caros, mas sim a recursos inteligentes que ajudam a garantir o aprendizado.
Logo, quanto mais variadas forem as atividades, maiores serão as chances de respostas positivas dos estudantes.
4. Medição do desempenho
Também é importante que os educadores pensem nas lógicas inclusivas na hora de avaliar os conhecimentos de cada estudante. Assim, é recomendado que os processos avaliativos não sejam diferenciados, pois essa diferenciação não é saudável.
Portanto, é necessário prover os recursos de acessibilidade fundamentais para que as crianças com alguma deficiência participem da mesma avaliação dos demais colegas.
5. Conhecer o estudante de forma integral
Outra maneira de proporcionar o desenvolvimento para alunos especiais é buscando compreender profundamente as individualidades de cada um.
Isso pode ser feito ao conhecer seu histórico escolar, suas preferências e habilidades. Dessa maneira, é possível encontrar formas mais favoráveis para promover seu crescimento socioemocional.
6. Fomentar um ambiente de cooperação e livre de preconceitos
A escola não deve ser um ambiente de discriminação e exclusão. Portanto, é desejável que os professores e colaboradores ofereçam atividades colaborativas, incentivem a noção de respeito ao próximo e compreendam que todos têm o mesmo valor e importância.
Nesse sentido, é importante criar um planejamento para discutir com alunos e pais temas como bullying, questões de direito, respeito e acolhimento.
7. Realizar parceria entre escola e família
A família também não pode deixar de contribuir para o engajamento das crianças na escola. O diálogo entre instituição e familiares deve permanecer aberto, de modo a proporcionar a oportunidade de detectar o que está funcionando bem no processo de ensino-aprendizagem e as dificuldades que são encontradas pelos alunos com necessidades especiais.
Esperamos que você tenha gostado de conhecer um pouco mais sobre a educação especial. Aproveite para ler nosso artigo para entender quais os desafios da inclusão escolar no cotidiano da escola regular!
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